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Refletir sobre as transformações pelas quais passou e ainda passa o campo religioso brasileiro é raciocinar, antes de tudo, sobre a extraordinária complexidade do universo no qual estão inseridas as crenças brasileiras. Dentro da cosmovisão religiosa brasileira, herdeira de uma babel étnico-cultural, entende-se ser a religião um produto cultural cuja evolução e origem podem ser localizadas pelo estudo histórico. O presente estudo visa entender o discurso Espírita Brasileiro que o caracteriza como Religião e, em um segundo momento, como esta compreensão pode contribuir para o diálogo inter-religioso. Tomando a Teoria das Religiões como apontamento este artigo aborda as questões teórico-metodológicas envolvidas na compreensão do fenômeno espírita, a partir do caráter analítico-bibliográfico, revisitando a definição de Religião, apresentada por Emile Durkheim, objetivando uma análise por meio da qual se possa definir a aplicação deste conceito “Religião” para o Espiritismo Brasileiro. Como ato contínuo, é imperioso entender o lugar do Espiritismo dentro do pluralismo religioso brasileiro, baseado no seu discurso mediador, através do qual se apresenta como um facilitador de encontros entre indivíduos, tornando-se, deste modo, uma ponte de integração entre pessoas e religiões. Portanto, as contribuições advindas da Teoria da Religião nos permitem analisar este fenômeno espírita e seus impactos produzidos dentro da cosmovisão religiosa brasileira.