IMPACTOS SOCIOESPACIAIS, AMBIENTAIS E CULTURAIS DA COPA DO MUNDO 2014 E OLIMPÍADAS 2016 NA CONSTRUÇÃO E DESCONSTRUÇÃO DO ESPAÇO METROPOLITANO DE BELO HORIZONTE, MINAS GERAIS
Naiane Loureiro dos Santos, Lúcia Helena Ciccarini Nunes
Última alteração: 2013-12-17
Resumo
O Observatório de Políticas Urbanas da Pró-reitoria de Extensão da PUC Minas integra a Rede Nacional de Pesquisa Observatório das Metrópoles, vinculada ao Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia. Em 2011 o OPUR integrou um projeto de pesquisa da referida rede, que objetiva a elaboração e aplicação de instrumentos de monitoramento dos impactos relacionados aos megaeventos na estrutura urbanometropolitana das cidades-sedes da Copa 2014 e das Olimpíadas Rio 2016 (FINEP). O presente artigo centra-se no quarto eixo temático dessa pesquisa intitulada “Megaeventos e Metropolização”, denominado “Governança Urbana e Metropolitana” e tem como objetivo refletir estratégias preventivas de defesa do patrimônio cultural e natural de Belo Horizonte. Tal proposta partiu dos estudos em andamento, os quais mostram significativos impactos emergentes das obras relacionadas à realização desses megaeventos no município. No que tange às questões ambientais houve o desmatamento de mais de 22 mil árvores desde 2010; mais de 250 imóveis prédios que datam da construção da cidade foram demolidos para alargamento de avenidas, incluindo escolas públicas. Quanto aos impactos socioespaciais, o mais freqüente, no caso de BH, tem sido o relacionado à questão habitacional, como remoções, assentamentos informais, moradores em situação de rua; também relacionados à questão trabalhista, como vendedores ambulantes e trabalhadores informais. No que diz respeito aos impactos culturais, foram catalogadas redução da produção de alimentos típicos na cidade, como o feijão tropeiro, tradição no Estádio do Mineirão, além da suspensão da feira de artesanato do entorno desse estádio.
Palavras-chave
Megaeventos, Governança democrática, Transparência, Metrópole
Referências
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